Panorama do Ensino Bilíngue
Panorama do Ensino Bilíngue
Apresentação
Apresentação
A pesquisa “Panorama do Ensino Bilíngue na Educação Privada Brasileira”, elaborada pelo Edify Education, teve como objetivo trazer à luz o cenário da educação de inglês dentro de escolas particulares brasileiras sob uma ótica administrativa. O presente relatório traz as principais informações e descobertas que resultaram de uma pesquisa quantitativa realizada com gestores escolares da rede privada durante os meses de fevereiro e março de 2023. Essa investigação ouviu profissionais espalhados por 25 estados e Distrito Federal .
A pesquisa “Panorama do Ensino Bilíngue na Educação Privada Brasileira”, elaborada pelo Edify Education, teve como objetivo trazer à luz o cenário da educação de inglês dentro de escolas particulares brasileiras sob uma ótica administrativa. O presente relatório traz as principais informações e descobertas que resultaram de uma pesquisa quantitativa realizada com gestores escolares da rede privada durante os meses de fevereiro e março de 2023. Essa investigação ouviu profissionais espalhados por 25 estados e Distrito Federal .
Perfil do público
Perfil do público
O público respondente é formado por diretores, mantenedores e coordenadores de escolas privadas brasileiras. Dos entrevistados, 72% já possuem programas bilíngues em suas escolas, ao passo que 28% dos respondentes não contam com solução de inglês. Quanto ao porte das escolas,
50% das instituições respondentes possuem 500 alunos ou mais;
29% das instituições respondentes possuem entre 200 e 499 alunos;
21% das instituições respondentes possuem até 199 alunos.
O ensino bilíngue nas escolas
O ensino bilíngue nas escolas
Apesar de já ser praticado por algumas instituições há bastante tempo, foi recentemente que o Brasil passou a dar mais atenção ao ensino bilíngue. A busca por soluções de inglês acentuou-se especialmente nos últimos cinco anos. De acordo com o presente estudo, apenas 18% das escolas respondentes que possuem programa bilíngue oferecem a solução há mais de 4 anos.
De acordo com a Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (ABEBI), de um universo total de 40 mil escolas privadas no Brasil, 1.200 instituições já contam com ensino bilíngue. Isso representa uma penetração de 3% do mercado. Embora seja uma tendência recente e ainda tímida, os números apontam que este é um movimento que veio para ficar.
A curva de adoção de programas bilíngues tem sido uma crescente: 18% das escolas respondentes que têm programa contrataram a solução há mais de 4 anos, 21% contrataram há 3 ou 4 anos e 61% contrataram há 2 anos ou menos.
Ainda segundo a ABEBI, a quantidade de escolas bilíngues no Brasil cresceu cerca de 10% entre 2014 e 2019. De 2019 para 2023, a quantidade de alunos atendidos por programas bilíngues do Edify Education, por sua vez, mais do que sextuplicou.
A quantidade de alunos atendidos por programas bilíngues do Edify Education, por sua vez, mais do que quadruplicou.
Todos esses dados evidenciam a forte expansão do modelo de ensino bilíngue em escolas privadas no país. Por outro lado, eles levantam um importante sinal de alerta. Se as escolas que ainda não possuem programa bilíngue demorarem na escolha de um parceiro, elas podem deixar de usufruir de um forte diferencial competitivo. Afinal, a penetração de escolas privadas com programas bilíngues tende a crescer de forma bastante acelerada em um horizonte de médio a longo prazo.
Em quais segmentos o Ensino Bilíngue está mais presente?
Em quais segmentos o Ensino Bilíngue está mais presente?
Além do rápido crescimento de escolas com programas bilíngues, a pesquisa também revelou uma forte preferência pela adoção deste tipo de solução na Educação Infantil e no Ensino Fundamental em detrimento do Ensino Médio. Dentre as escolas respondentes,
84% oferecem a solução para Educação Infantil;
91% oferecem a solução para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental;
59% oferecem a solução para os Anos Finais do Ensino Fundamental;
16% oferecem a solução para o Ensino Médio.
Esses números trazem uma reflexão importante. É compreensível que, quando não há a possibilidade de implementar o bilíngue para todos os segmentos e há de se fazer uma escolha, os gestores priorizem os primeiros anos escolares. Isto porque existe uma preocupação legítima no sentido de fazer o investimento financeiro ser revertido em resultados práticos e visíveis. Entretanto, é equivocada a noção de que a implementação do programa durante o Ensino Médio não é efetiva. Afinal, alunos que passam por uma experiência bilíngue no Ensino Médio têm uma importante vantagem competitiva nos exames de ingresso às universidades estrangeiras, uma vez que as questões de língua são componentes obrigatórios não apenas no ENEM, mas também em outros exames específicos realizados nos países de destino. Além disso, alunos com formação bilíngue no Ensino Médio estão mais preparados para a realidade acadêmica e profissional de uso da língua, uma vez que têm maior exposição a discussões que envolvem diferentes temas, áreas de conhecimento e competências.
Por fim, esse número ainda revela que ter uma solução bilíngue da Educação Infantil até o Ensino Médio pode ser um grande diferencial de comunicação para as instituições que buscam se destacar no mercado.
As escolas com carga horária estendida em língua adicional caracterizam-se, entre outros aspectos, pela oferta de pelo menos três horas semanais no idioma dentro do horário regular. A larga maioria (84%) das escolas compreendidas neste estudo implementou seu programa bilíngue no horário regular das aulas, ao passo que 16% adotou para o contraturno do aluno.
A vantagem do programa bilíngue no horário regular é que o aluno aprende de forma mais natural e integrada com a sua rotina. Quando o programa bilíngue é oferecido no contraturno, ele costuma seguir um modelo de adesão. Isto é, cobra-se um valor à parte da mensalidade e participam das aulas apenas os alunos cujos responsáveis decidiram pagar pelo bilíngue.
Na prática, muitas vezes isso significa a formação de turmas menores, o que faz com que a escola tenha que misturar alunos de salas diferentes e, ocasionalmente, até de anos letivos distintos. Isso impacta diretamente na dinâmica das aulas, uma vez que os alunos terão que estudar com colegas com os quais eles têm menos familiaridade, afetando a efetividade do aprendizado.
Entretanto, existe um cenário em que o inglês no contraturno pode sim ser uma opção interessante. Isso acontece quando ele vem para reforçar ainda mais o programa bilíngue que já existe dentro da grade curricular da escola, trazendo projetos e vivências mais imersivos e que aumentam o contato com a língua inglesa de forma mais espontânea.
Em termos de carga horária, por sua vez, as instituições que oferecem programas bilíngues enquadram-se como “escolas com carga horária estendida em língua adicional” desde que ofereçam no mínimo três horas semanais do idioma em questão. Diante disso, é interessante notar que as escolas que já possuem programa bilíngue praticam um volume superior ao necessário para se configurarem como escola com carga horária estendida em inglês. 62% delas entregam 5 horas semanais de inglês dentro da grade curricular.
Uma escola privada saudável não existe sem suas salas de aula ocupadas. Dessa forma, um gestor escolar precisa equacionar diferentes interesses: os interesses da própria escola, dos alunos e dos responsáveis. Além disso, ele também precisa estar sempre atento ao que as escolas concorrentes estão entregando, de modo que a escola mantenha-se competitiva dentro de seu bairro, região ou mesmo cidade.
Quando perguntados sobre a motivação para contratar um programa bilíngue, 57% dos diretores, mantenedores e coordenadores apontaram como principal objetivo oferecer aos estudantes “inglês de qualidade”.
Um outro grande grupo, representado por 38% dos respondentes, buscava diferenciação no mercado de sua
Uma escola privada saudável não existe sem suas salas de aula ocupadas. Dessa forma, um gestor escolar precisa equacionar diferentes interesses: os interesses da própria escola, dos alunos e dos responsáveis. Além disso, ele também precisa estar sempre atento ao que as escolas concorrentes estão entregando, de modo que a escola mantenha-se competitiva dentro de seu bairro, região ou mesmo cidade.
Quando perguntados sobre a motivação para contratar um programa bilíngue, 57% dos diretores, mantenedores e coordenadores apontaram como principal objetivo oferecer aos estudantes “inglês de qualidade”.
Um outro grande grupo, representado por 38% dos respondentes, buscava diferenciação no mercado de
região e 5% alegaram ter contratado um programa bilíngue como resposta a uma demanda ativa dos pais.
É possível assumir que a pressão dos responsáveis não chegou a ser um impulsionador relevante para a busca de um programa bilíngue, porque a própria escola já despertou um senso de urgência para oferecer um inglês de qualidade. De acordo com a pesquisa “Demandas de aprendizagem de inglês no Brasil", realizada pelo British Council, apenas 5% dos brasileiros falam inglês. Se o inglês já era uma ferramenta essencial antes da pandemia, a proliferação do trabalho remoto pós-Covid jogou ainda mais luz sobre a importância do idioma para uma maior integração do mercado de trabalho, cada dia mais global.
sua região e 5% alegaram ter contratado um programa bilíngue como resposta a uma demanda ativa dos pais.
É possível assumir que a pressão dos responsáveis não chegou a ser um impulsionador relevante para a busca de um programa bilíngue, porque a própria escola já despertou um senso de urgência para oferecer um inglês de qualidade. De acordo com um levantamento realizado pelo British Council, apenas 5% dos brasileiros falam inglês. Se o inglês já era uma ferramenta essencial antes da pandemia, a proliferação do trabalho remoto pós-Covid jogou ainda mais luz sobre a importância do idioma para uma maior integração do mercado de trabalho, cada dia mais global.
Entre as principais dores dos gestores escolares que ainda estão flertando com a ideia de implementar um programa bilíngue está a concepção de que adotá-lo é sinônimo de aumento da complexidade operacional e da estrutura de custos da escola. Entretanto, é importante lembrar que uma escola com diferenciais competitivos fortes atrai muito mais alunos e isso se reflete diretamente na expansão da base de estudantes e, consequentemente, no faturamento da escola.
Embora a educação privada no Brasil tenha sofrido com a instabilidade econômica dos últimos anos, as escolas que implementaram programas bilíngues se descolaram do cenário nacional em sua maioria. Cerca de 83% das instituições que adotaram este tipo de ensino ganharam alunos depois da implementação do programa. Em especial, aproximadamente 1 em cada 3 escolas chegou a crescer mais de 40%.
As escolas com programa bilíngue não apenas se beneficiam do ponto de vista de captação de alunos, como também conseguem praticar uma mensalidade mais elevada. Segundo dados levantados em 2022 pelo portal Melhor Escola, o valor médio da mensalidade de uma escola privada no Brasil gira em torno de R$830,00. Os gestores que responderam à pesquisa trazem um bom retrato do perfil das escolas privadas do país: 25% praticam mensalidades até R$599,00, 27% cobram entre R$600,00 e R$899,00, enquanto 47% cobram mensalidades iguais ou superiores a R$900,00. Apenas 1% dos respondentes não declarou o valor da mensalidade.
De todas as escolas com programa bilíngue abordadas neste estudo, 71% realizou aumento nas mensalidades depois de sua implementação, enquanto apenas 20% não praticou e 9% não respondeu. Analisando as faixas de aumento de mensalidade, é possível concluir que a devastadora maioria não aumentou a mensalidade apenas para absorver os custos do programa bilíngue. O que aconteceu, na prática, foi que essas escolas conseguiram lucrar com a implementação de uma solução de inglês dentro da grade curricular.
Olhando pela perspectiva dos responsáveis, eles também se beneficiam com a introdução do programa bilíngue na escola de seus filhos. Embora haja aumento na mensalidade, a solução de inglês na grade é muito mais cômoda e o aumento praticado é inferior aos valores cobrados por cursos de inglês. Isto é, por via de regra, o próprio responsável coloca dinheiro no bolso quando tira o filho de um curso e coloca em uma escola com programa bilíngue.
Uma vez convencido sobre os benefícios de um programa bilíngue, a primeira dúvida prática do gestor costuma girar em torno de eventuais desafios de implementação. Em quase todos os casos, trazer um parceiro para dar suporte ao inglês da escola significa aumentar a carga horária semanal da disciplina.
Diante disso, é natural que se espere uma contratação adicional de professores de inglês. A realidade, contudo, nem sempre é essa. Em 59% das escolas respondentes, foi possível manter a quantidade original de docentes de inglês.
Quando questionadas sobre os principais desafios de oferecer um inglês de qualidade, as escolas que já possuem programa bilíngue elencaram duas principais angústias: ter professores qualificados (38%) e tornar o aprendizado dos alunos visível às famílias (30%). Essas preocupações reforçam um ponto crítico para o sucesso da implementação de um programa bilíngue dentro da escola: a escolha do parceiro certo.
No que diz respeito a professores qualificados, este é um desafio contundente no mercado brasileiro.
De acordo com dados do Observatório Ensino da Língua Inglesa, apenas 18% dos professores de inglês possuem formação considerada adequada. Isto é, têm licenciatura única (Letras Inglês), licenciatura dupla (Letras Português-Inglês) ou bacharelado em uma dessas duas áreas com complementação pedagógica concluída em Língua Inglesa. Claro que esse número é um retrato do Brasil de forma mais ampla, e não focado em escolas da rede privada com programa bilíngue. De todo modo, demonstra a importância da busca por um parceiro que priorize a formação continuada dos professores.
Do ponto de vista da visibilidade do aprendizado para as famílias, por outro lado, é natural que esse seja um ponto de atenção dos gestores. Afinal, na medida em que o valor do programa bilíngue é repassado para os responsáveis na mensalidade, é de se esperar que eles
Do ponto de vista da visibilidade do aprendizado para as famílias, por outro lado, é natural que esse seja um ponto de atenção dos gestores. Afinal, na medida em que o valor do programa bilíngue é repassado para os responsáveis na mensalidade, é de se esperar que
queiram ver a evolução do inglês dos filhos na prática. Diante disso, torna-se essencial entender a fundo como o parceiro de inglês faz com que esse progresso seja perceptível aos olhos da família.
eles queiram ver a evolução do inglês dos filhos na prática. Diante disso, torna-se essencial entender a fundo como o parceiro de inglês faz com que esse progresso seja perceptível aos olhos da família.
Ao fazermos a mesma pergunta para escolas que ainda não possuem programa bilíngue, um dos pontos apresentou uma grande discrepância. Enquanto o engajamento dos alunos aparece como o sétimo e último colocado entre os desafios de oferecer um inglês de qualidade para escolas com programa, ele aparece como terceiro colocado para escolas sem programa.
Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de escolas com programa bilíngue já estarem mais familiarizadas com abordagens de ensino que estimulam o engajamento dos alunos, ao passo que escolas ainda sem programa têm muitas dúvidas sobre como ele vai funcionar na prática.
Dado o objetivo principal de oferecer Inglês de qualidade para os estudantes, o sucesso da implementação de um programa se reflete na avaliação de mais de 71% dos entrevistados que dizem abertamente que em suas escolas é possível observar um impacto significativo no aprendizado dos alunos.